04.set.2015

A beleza e as formas do corpo: Você não é uma forma geométrica

 

Ao longo da história a beleza se apropriou do corpo. Cada época teve sua concepção de beleza, assim, na atualidade a concepção de belo tem sua roupagem própria, ou melhor, seu corpo pré-definido.

Na Renascença, corpos volumosos eram sinônimos de belos, porém, hoje, a busca pela perfeição está intrinsecamente ligada à porcentagem de gordura reduzida ao mínimo possível, músculos e proporções muitas vezes questionáveis mostradas em imagens nas mídias sociais. E quem não chega a tais proporções perfeitas, tem que esconder os defeitos através de métodos ditados por quem sabe se vestir, comer e viver. Afinal, a mídia mostra vários exemplos a serem seguidos, de mulheres que são profissionais de sucesso, mães presentes e atenciosas, amantes vorazes e que possuem um corpo perfeito, através de uma vida regrada por dieta e exercícios. Uma imagem que vende e faz um imenso sucesso no imaginário feminino, fazendo com que as mulheres busquem ser iguais.

O importante é saber que se vestir é tão pessoal quanto o sabor do sorvete que você escolhe, simples assim. O que deve estar em jogo é a segurança de sentir-se bem consigo mesma e se a roupa combina com os corpos em formato de pera, ampulheta, retangular, oval e assim por diante, por exemplo.

Quando se delimita um padrão, diminui-se o sujeito a um mero objeto, classificando-o em algum padrão para poder inseri-lo dentro ou fora da sociedade idealizada. E quando não há a identificação com o padrão, como proceder? Deve-se respeitar e procurar valorizar a individualidade de cada consumidor. Marcas com essa postura têm mais respeito dos consumidores e permitem a fidelidade.

Há um limite tênue entre a saúde e a beleza, que não pode ser atropelado em busca da beleza ideal, que no fundo nem existe. Quando se limita as mulheres a conceitos tão mínimos, como formas geométricas, nas quais elas podem não se encaixar, limita-se também a diversidade e o respeito a esse leque maravilhoso de opções que existe.

O corpo na sociedade hiperconsumista é utilizado para comunicar uma ideologia, e o corpo feminino sempre foi desrespeitado historicamente e politicamente é prato cheio para ser explorado. Porém, atualmente a mulher rompe esses conceitos, ela cria seu próprio poder, porque ela é dona de suas próprias escolhas e vontades e tem boa parcela da sociedade e das marcas a seu favor.

O corpo é sua melhor expressão. Ame-o, porque ele é seu! Vista o que você se sente melhor, vista o poder de ser você mesma e priorize sua autoestima!

 

Referência:

Cásper Líbero: Redes Sociais, mulheres e corpo
Girls With Style